sexta-feira, 14 de maio de 2004

Se Governar, Não Beba...

Retirado de texto de matéria do Mídia Sem Máscara comentando a atitude do governo.

Este é o aspecto, digamos, da filosofia política, relacionado a mais este episódio de demonstração clara de recalque e de inveja contra os Estados Unidos ¿ que, aliás, não é o primeiro e nem deverá ser o último. Começou com aquela exigência de que os cidadãos americanos deixassem as suas digitais nas alfândegas e terminará como?

Mas há, também um aspecto ¿ preferimos chamá-lo assim - curioso: na mesma semana da decisão de expulsar o jornalista do NYT, a Presidência da República abriu licitação, publicada na página o Palácio do Planalto na Internet, para comprar, entre outros itens, como pratos com bordas douradas e bules de aço inoxidável, 600 copos para bebidas alcoólicas diversas, sendo 100 para whisky on the rocks (de cristal, pois, afinal, eles podem ser socialistas, mas gostam do que é bom), 100 do tipo long drink, também de cristal, para coquetel, 50 para conhaque, 100 para champanhe, igualmente de cristal, 200 taças de vinho e 50 de licor, sendo os 50 restantes copos para água, talvez para ser bebida entre um drinque e outro, como manda a melhor tradição aristocrática...

Não sabemos se o teor da reportagem de Rohter no NYT ¿ infeliz, diga-se de passagem, é verdadeiro ou não, pois o que há de concreto são apenas boatos. Mas sabemos também que, como dizia um samba de João Roberto Kelly, no início dos anos 60, todo boato tem um fundo de verdade. De qualquer forma, o episódio, sobre ser revelador de nosso subdesenvolvimento mental, de nosso gritante complexo de inferioridade e do caráter autoritário do PT, encerra uma lição para todos os governantes, resumida naquela mensagem que vem circulando nestes dias na Internet - maldosa como só ela! - sugerindo um novo adesivo para os vidros dos automóveis, com os dizeres: ¿Se governar, não beba; se beber, não governe¿...

Saiam na defesa do bebum se quiserem, eu prefiro ficar com minha imparcialidade.

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