sexta-feira, 1 de outubro de 2004

Debates

Cheguei tarde do seminário e peguei o debate entre Kerry e Bush pela metade.
Bush até que se saiu bem, não é tão idiota quanto falam, Lula é bem mais idiota do que ele, a prova disso é que Bush falou de improviso a maioria das vezes, e se não respondeu bem as questões colocadas pelo adversário, pelo menos não ofendeu ninguém. Lula não pode falar de improviso que fala bobagem. Mas não dá para comparar os dois, um se formou em Yale, o outro mal fez o segundo grau, é óbvio que são diferentes.
Mas o que eu queria comentar não era isso, mas sim uma coisa que achei legal, interessante, no debate, que é onde eles são realizados.
Não parece de um simbolismo muito poderoso esses debates serem feitos em universidades? Cada debate será feito em uma universidade diferente, o primeiro foi na universidade Coral Gables, em Miami, os outros dois serão na Washington University in St. Louis, Missouri e Arizona State University, no Arizona.
Para mim isso transmite uma mensagem muito positiva, os dois candidatos a futuros líderes de uma nação se encontram para a troca de idéias nos templos do conhecimento do país, que são as universidades. Esse tipo de visão constrói uma nação, constrói um povo, com um adiantado senso de valor da intelectualidade. Não é por acaso que esse é o pais com maior número de prêmios Nobel da atualidade, tendo mais de 3 vezes mais nobéis do que o segundo lugar.
Não pude deixar de comparar com o arremedo de debate que tivemos aqui no Brasil nas últimas eleições. Primeiro o local, nos estúdios da Rede Globo, que diferença para uma universidade... da fábrica de intelectuais que constroem uma nação para a fábrica de ilusões que perverte e aliena um povo. Depois as questões, todas fáceis, não tocaram em nenhum ponto nelvático, não perguntaram nenhuma questão mais problemática, nada que deixasse ninguém em apuros. Enquanto o moderador do debate da ultima noite confrontou Bush com os números de soldados mortos no Iraque e com as acusões de que ele teria mentido sobre as armas de destruição em massa para invadir o Iraque, aqui ninguem perguntou sobre as ligações do Lula com As Farc nem o envolvimento do PT com a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel. Todas perguntas muito fáceis, muito vagas, muito "amigas" para não estragar o clima de festa das eleições.

Não digo que os Estados Unidos sejam um país perfeito, mas afirmo que temos muito o que aprender com esse povo, tanto com os seus erros, mais ainda com seus acertos.

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