Mais um ano
Mais um ano entra na forma
Da tropilha dos meus anos
Baios, tordilhos, tobianos
Mas o índio se conforma
A vida não se transforma
Parada mesma que açude
Por causa da juventude
Isso são balda dos outros
De tanto lidar com potros
Só o que se fica é mais rude
De que vai servir mais um
Para mim que já domei tantos
A doma é cheia de encantos
Mas não deixa lucro algum
Sempre encilha-se o comum
Embora dome-se o bueno
O que para o pobre é pequeno
Para o rico é medicinal
E o que encanta o maioral
Sempre entristece o pequeno
De que me serve maneia
Lombilho, buçal trançado
Se o potro mais bem domado
Hoje é o que mais corcoveia
De que adianta a lua cheia
Em céu de nuvens coberto
Que me importa o rancho perto
Se lá não chega nem mora
E a china que mais adoro
Se foi para destino incerto.
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