terça-feira, 14 de setembro de 2004

Amigos

Meu último grande amigo em Porto Alegre era Anarquista, e tive com ele algumas longas e acaloradas discussões sobre a minha visão sobre a necessidade de um governo não para governar, mas para "gerenciar" a sociedade. Ele sempre respondia que os governos são todos danosos. Agora tenho esse amigo comunista, que não é menos meu amigo por causa disso, e tenho longas e acaloradas discussões sobre o perigo que é o comunismo ao dar poderes demasiados a o governo, uma "casta política" que diz representar o povo.

Nestas discussões vejo que realmente meu amigo anarquista tinha muita coisa de fundamento na cachola, porque o comunismo, afinal de contas, não dá certo por alguns motivos, sendo que dois deles são: primeiro por causa da corrupção da alma do (s) líder (es) ao receber poder ilimitado, segundo por causa do povo mesmo, que por natureza não quer viver sem liderança, ou seja, aceita o que os líderes lhes impõe com facilidade.

Mas vejo também que muito dos argumentos que meu amigo comunista me dirige hoje, antes eu mesmo usava contra o anarquista, a saber a necessidade de um estado, etc...

Não sei o que fiz para merecer amigos assim, tão diferentes, mas enquanto mais o tempo passa, mais vejo que cresci com eles.

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