sexta-feira, 24 de dezembro de 2004

Impressões

Sou um privilegiado por morar em Porto Alegre, em quantas cidades do mundo você pode andar nas ruas e encontrar, várias vezes por passeio, esterco humano em quantidades tão generosas quanto em nossas calçadas? Isso sem falar nos sacos de papeis, plásticos, latas e todo tipo, imaginável ou não, de lixo.

Por falar nisso, a coisa que mais me lembra um mercado de carnes europeu da idade média é o balcão de alimentos prontos do Zaffari, onde eles estocam os assados. Ver aqueles pedaços de carne secos e requentados pelas lâmpadas do balcão a tal ponto de obterem um escuro de aparência repugnante, quase me fez perder o apetite essa manhã.
Não perdi porque relembrei os churrascos da minha infância: Um grupo de gente a sombra de um pé de umbú, a carne pingando gordura nos brazedos, o calor do fogo misturando-se com o calor humano das risadas, com a camaradagem, com a alegria de poderem comemorar juntos. O melhor de viver na cidade é que ela não me deixa eu esquecer do lugar de onde vim.

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