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Acabo de ver o novo comercial da C&A.
Nesse comercial, para quem nunca viu, aparece a figura do sr. Ricky Martin (um cantor pop com gosto duvidoso para se vestir).
Num anúncio dedicado as mulheres, o sr. Ricky Martin, cidadão norte-americano com trejeitos latinos, aparece declarando que a "mulher brasileira" é a "melhor" do mundo.
Bueno, o Brasil não deve ser o único, mas o único país que conheço onde se paga um estrangeiro para falar bem de alguma coisa do país.
O Will Smith, que esteve a pouco de passagem pelo Rio de Janeiro para divulgar o seu novo filme já sabia de cor o que dizer para as câmeras quando a infalível pergunta viesse: "O que você gosta do Brasil"? Ah! o Brasil! Um lugar lindo, lindas praias, lindas mulheres, lindo futebol! The Best Place in the World, you know!!
Quando algum estrangeiro é entrevistado no Brasil geralmente é assim. Não importa se for um astro de Hollywood, como o mister Smith, ou um físico nuclear ganhador de dois prêmios Nobel, o (a) repórter faz as perguntas de praxe de maneira apressada e relaxada: "QualomotivodasuavisitaoaoBrasil"? "Quandoosenhorvaireceberoprêmio"? "Quaissãoasatividadesprogramadas"?
Tudo muito apressado, as vezes nem espera o entrevistado terminar de responder e então vem "a" pergunta, a única que realmente interessa: "O que --pausadamente, com um sorriso malicioso no olhar-- o que o senhor está achando do Brasil"?
Ora bolas!! Quem, em visita a algum lugar, vai falar mal do lugar que está visitando? Essa pergunta, se aprecia o que vê, é a pergunta mais irrelevante de todas, porque se sabe que a pessoa pode estar detestando tudo o que vê, mas ela vai ser obrigada a dizer alguma coisa nice.
Imagine qualquer outro país com essa necessidade delirante, congênita até de se auto-afirmar, de que outros o aceitem e o bajulem! Imaginem se fosse uma pessoa. Sabe aquele cara, que todos conhecem o tipo, que sempre tem que aparecer, chamar a atenção de todos, e se tem algum outro melhor do que ele na sala, sempre tem que criticar? Se fosse uma pessoa com esse tipo de atitude o que você acharia dela?
Pois bem, situação semelhante passa o Brasil. Quando o Brasil realmente for grande, não de extensão territorial, mas tiver um povo grande, dono do seu destino, então ele vai deixar essas coisas de criança. Vai sair da infância, e finalmente entrar na vida adulta. Ainda quero ver esse Brasil, mas no fundo acho mais fácil ver o Rio Grande Independente (separado).
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